Os álbuns de 2012: as alegrias e as tristezas

Por 31.12.12 ,

Foi um ano muito complicado no que diz respeito à música (e não só, mas adiante). Já se sabe que as expectativas são difíceis de gerir e talvez isso tenha contribuído para que este ano a nossa lista de melhores álbuns de 2012 pareça muito pobrezinha. Estivemos a meditar sobre o assunto e apercebemo-nos que se calhar passamos mais tempo a tentar gostar de álbuns que simplesmente acabamos por desistir e admitir que não valia a pena, somos nós contra o mundo, e deixamos passar ao lado alguns, que ainda ficam para ouvir com muito mais atenção no próximo ano (olá Dirty Projectors, olá Magnetic Fields, olá St. Vincent e David Byrne...).
Posto isto, este ano temos aqui umas linhas dedicadas não só aos melhores do ano, mas também às desilusões do ano.

As desilusões de 2012


Animal Collective, Centipede Hz  
Não vai ser este álbum que vai afectar o já longo relacionamento com os Animal Collective, mas espera-se bem mais de uma das bandas mais influentes dos últimos 20 anos. Não vale copiarem-se a vocês mesmos, ainda por cima numa versão mais fraquinha. Ficamos à espera do próximo álbum para esquecer este pequeno incidente.

Here We Go Magic, A Different Ship 
Este álbum foi uma facada no coração. Tanto burburinho e entusiasmo, que ia ser produzido pelo Nigel Godrich, o produtor todo-poderoso dos Radiohead, blábláblá e caramba, não era nada disto. Depois de um álbum brutal como o Pigeons (e mesmo o de estreia, homónimo de 2009, é muito bom) apresentam-nos este conjunto de músicas demasiado polidas e certinhas, cortando completamente com o estilo que nos vinham habituando. Este álbum podia perfeitamente ser dos Radiohead, mas ó meus amigos, Radiohead já temos uns e ja são bons que chegue, por isso, esqueçam. Ficamos à espera, ansiosamente, pelo próximo, a ver em que é que ficamos.

Twin Shadow, Confess 
Quando o single sai e damos por nós a dizer que a música é chata e o próximo passo é mudar de rádio quando a música está a passar, não é lá muito bom sinal. E quando ouvimos o álbum e começamos a sentir um tédio de morte, bem, algo de errado se passa. Depois de um álbum de estreia que nos encheu as medidas, este não correu nada bem. Parece uma versão chata e monocórdica dos antigos Twin Shadow.

Alt-J, An Awesome Wave 
Ora destes senhores não podíamos esperar nada, já que é o álbum de estreia, mas depois de tanta, tanta gente falar bem deles, quando finalmente os fomos ouvir, foi um verdadeiro balde de água fria. Estávamos mesmo à espera de ouvir assim um som inovador, uma coisa que nos prendesse completamente à primeira audição, sei lá. Mas não, muito longe disso. É um bom álbum, mas para nós, não tem nada de marcante. Gostos são gostos, pronto.

Os melhores de 2012



1. Grimes, Visions
Quando se consegue um bom punhado de canções que ficam inequivocamente ligadas ao ano de 2012, torna-se quase óbvio que este foi o som de 2012. Por isso mesmo, este acaba por ser o disco surpresa, chegou de repente e venceu.

2. Tame Impala, Lonerism
Eu durante grande parte do ano sonhei que este seria o nosso número 1. Tardou mas chegou e logo venceu por estas bandas. É bem verdade que somos grandes fãs dos Tame Impala e que talvez o mais justo fosse ficar ex aequo com Visions, mas depois de bem vistas as coisas achamos que Grimes acabou por ter um maior destaque na nossa relvinha. Ainda assim, adoramos os Tame Impala e é sem nenhum receio que arriscamos dizer que são uma das bandas mais interessantes dos últimos anos.

3. Django Django, Django Django
Mais uma boa surpresa, um primeiro disco bem coeso e que para nós foi o melhor disco a vir de terras de sua majestade. Faltou vê-los ao vivo para termos consolidado a nossa opinião.

4. Ariel Pink's Haunted Graffiti, Mature Themes

O disco que foi o companheiro nº1 de algumas viagens de carro. Muito cantámos em coro "My name is Ariel, and I'm a nymph!" ou "I need some schnitzel, I'm eating schnitzel". E a terminar uma enorme música, "Baby".

5. Beach House, Bloom
O nosso amor por Beach House já tem alguns anos. Voltaram a encher-nos as medidas, sabíamos que estariam sem dúvida nos nossos dez mais. Não podemos considerar que foi uma surpresa, porque as nossas expectativas estavam bastante elevadas.

6. Toy, Toy 
Uma das últimas descobertas do ano, mas que não tem parado de tocar por aqui. (Obrigado, Radar)

7. Mac Demarco, 2
Um dos discos mais viciantes do ano. Canções simples, mas que teimam em ficar. Obrigatório ouvir.

8. Godspeed You! Black Emperor, Allelujah! Don't Bend! Ascend!
Este disco foi ouvido pela primeira vez num bonito dia de Inverno, num comboio de alta velocidade. Enquanto a paisagem desaparecia a uma velocidade alucinante, a música desenhava tudo o resto. Uma banda sonora essencial na nossa playlist.

9. John Talabot, Fin 
Um disco obrigatório no domínio da electrónica. Existem razões suficientes para o ouvir em repeat e bater o pézinho todo o dia. Muito bom!

10. Hot Chip, In Our Heads 
Tal como os Beach House, temos aqui mais um daqueles que não desapontaram. É sempre de louvar uma banda que continua com um trabalho consistente ano após ano, os Hot Chip são já uma instituição a criar boa música e a porem toda a gente a dançar.

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