Road trip EUA: os preparativos

Por 21.9.14 , ,


Para quem gosta de natureza e paisagens de perder de vista, a costa Oeste dos EUA é um destino bastante cobiçado. Já há algum tempo que falávamos em fazer uma viagem por esses lados e este ano avançámos com o plano. A ideia principal era viajar pela costa Oeste, mas já que íamos aos EUA, também queríamos voltar a Nova Iorque, já que em 2011 tinha sabido a muito pouco.

A decisão
Uma viagem deste tipo implica tirar bastantes dias de férias e, apesar de preferirmos estar por Lisboa em Agosto, a verdade é que este é o mês em que mais gente faz uma pausa e o ritmo de trabalho abranda, ou seja, para irmos completamente descansados tínhamos mesmo de viajar nesta altura. Claro que isso também nos trouxe algumas desvantagens, como haver mais turistas em todo o lado e o preço do alojamento ser bastante mais caro, como rapidamente viemos a descobrir, mas era a altura mais apropriada. Para conseguirmos fazer tudo o que estávamos a pensar, decidimos tirar três semanas de férias, 22 dias no total.

As viagens e a escolha do trajecto
Começámos a ver viagens logo no início do ano e a tentar pensar no trajecto que faria mais sentido. Achámos que o melhor seria começar pela costa Oeste, fazer duas semanas de road trip e deixar Nova Iorque para o final. Até aqui a decisão foi simples. A questão mais complicada foi a definição dos pontos de chegada e partida da costa Oeste. Idealmente, não queríamos ter nada marcado e à medida que fossemos viajando íamos decidindo, mas como começámos a ver que em termos de alojamento e voos a taxa de ocupação em Agosto era muito alta, decidimos não arriscar tanto. Depois de algum tempo a analisar semanalmente a evolução dos preços dos voos, acabámos por perceber que o aeroporto de Phoenix era, de longe, o mais vantajoso.
De forma simplificada, aqui está o plano da viagem:

Avião
Lisboa > Boston // Boston > Lisboa (550€ pax)
Sata
Viajámos pela Sata e foi uma experiência a (tentar) não repetir. Para além da tripulação ser super descuidada e verdadeiramente imprestável, tivemos que fazer sempre uma paragem técnica em Ponta Delgada, sair do avião, tirar as nossas coisas todas, esperar 1 hora e voltar a entrar no mesmo avião e voltarmo-nos a sentar nos mesmo sítios de onde tínhamos acabado de sair. Fomos informados de que é um procedimento obrigatório, mas foi muito incómodo, principalmente no regresso.

Boston > Charlotte // Charlotte > Phoenix (130€ pax) 
US Airways 
A experiência também não foi memorável, mas não tão má como a da Sata. Digamos que tripulação prestável, que ajuda a arrumar a bagagem e se preocupa com o bem estar dos passageiros não foi fácil de encontrar nestes voos. Se calhar tivemos azar.

Carro 
Phoenix (recolha e entrega no aeroporto Sky Harbor)
Aluguer: Dollar (14 dias 450€, já com dois condutores incluídos, depósito pré-pago e sem limite de quilómetros) 
Alugamos o carro através do site Rental Cars, um agregador de várias empresas com este tipo de serviços. Há muitas outras opções, mas gostamos da simplicidade e clareza da informação que o site disponibiliza. Alugámos um carro da classe mais económica (gastamos cerca de 300€ em gasolina) e correu tudo muito bem, apesar de nos terem dado um carro mais pequeno do que estávamos à espera e, vamos admitir que em algumas situações teria sido mais confortável um carro da gama acima. Um aspecto a rever em viagens futuras.
Um elemento fundamental, e que tem impacto no valor do aluguer, é a inclusão do GPS. No nosso caso, tivemos a sorte de arranjar um emprestado, que foi valioso todos os dias. Ninguém se atreva a ir para Los Angeles sem GPS! 
Em 14 dias percorremos 2800 milhas (cerca de 4500 km). Só para terem uma ideia, foi como ir de Lisboa a Moscovo. Mas sem dúvida que os EUA é um país feito para se andar de carro para todo o lado. Depois destas férias, ir a Braga já não nos vai parecer assim tão longe.  

Avião 
Phoenix > Nova Iorque (130€ pax)
United Airlines 
Foi mais um voo pouco memorável, mas por esta altura já estávamos mais habituados. Nota importante: nas duas semanas que estivemos a Oeste e por todos os lugares que passamos, jantar depois das 20h30 ou 21h00 era quase impossível. Toda a gente jantava bem mais cedo e os locais fechavam por essa hora. No aeroporto de Phoenix estivemos muito perto de ficar sem jantar (e não estamos a falar só de restaurantes, mesmo os locais de fast food ou cafés fecham muito cedo). Portanto, este nosso hábito tão europeu de jantar tarde pode ser difícil de manter numa viagem destas.

Autocarro 
Nova Iorque > Boston (28€ pax) 
Greyhound
O nosso voo era às 22h30, o autocarro saía às 14h00 de Nova Iorque e chegava às 18h30. Do terminal de autocarro ao aeroporto eram cerca de 20min de metro. Achamos que estava tudo controlado, até começarmos a apanhar filas e filas de trânsito a cada meia hora de viagem... Foi um desespero. Chegamos a Boston às 21h00, duas horas e meia depois do previsto! Lá conseguimos correr para apanhar um táxi (que ficou em 19€, não foi nada mau) e chegamos perfeitamente a tempo ao avião. Mas foi um susto demasiado grande para repetir a proeza. 

Alojamento
Booking, Rough Guide, TripAdvidor 
Só marcamos alojamento para a primeira noite, já que chegávamos a Phoenix às 23h00, e marcámos para a semana em Nova Iorque, porque sabemos que aí as coisas podiam complicar. Nos restantes dias, fomos decidindo e marcando os hotéis, e sobretudo motéis, com um ou dois dias de antecedência (e às vezes apenas horas ou minutos antes de chegarmos aos locais). 

Bagagem
Tal como fizemos para a viagem à Índia, apostamos outra vez nas nossas queridas mochilas (que em breve vão precisar de reforma). Com estes voos todos e com a road trip entre tantos hotéis e motéis diferentes, não queríamos ainda estar a pensar em ter bagagens para despachar e carregar. Para além disso, nos voos internos nos EUA paga-se um extra pelas malas de porão. Foi a opção perfeita. 

Seguro de viagem
Para nós faz sentido fazer um seguro de viagem e convém tratar disto com bastante antecedência, porque este seguro pode até cobrir o cancelamento da viagem. Já usámos mais do que uma vez o da Intermundial (para viagens fora da Europa) e, felizmente, nunca fizemos uso dele, mas dormimos mais descansados.  

Ferramentas úteis 
Em Abril comprámos o The Rough Guide to the USA e é, de facto, um guia bastante completo, útil e com boas dicas sobre quase tudo. Tem é um grande problema: é muito pesado. Para a próxima temos de investir na versão digital (se bem que com este não tivemos que nos preocupar com a falta de bateria). 
Para além do guia, recorremos imenso à aplicação do Booking para encontrar alojamento e também fomos buscar algumas dicas ao TripAdvisor e ao Yelp. A verdade é que ter um smartphone e estas aplicações instaladas foi uma ajuda enorme e usámo-las todos os dias.

Preparativos abordados, vamos agora entrar no relato da aventura. É importante dizer que esta viagem não foi preparada da forma minuciosa que gostaríamos, mas a verdade é que correu tão bem e ficamos tão felizes com o resultado que queremos partilhar mais pormenores. Pode ser que alguém desse lado se inspire e se lance à aventura! 

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