Road trip EUA: Monument Valley > Route 66 > Las Vegas

Por 23.10.14 , ,


10 de Agosto
Visitar o Monument Valley foi a decisão mais ponderada de toda a viagem. Pusemos várias vezes em causa se valeria a pena fazer um desvio tão grande na nossa rota para irmos até à fronteira com o estado do Utah. Inicialmente, tínhamos planos para começar a viagem nessa direcção, seguindo a contornar o Grand Canyon pelo Norte e com possibilidade de passar em vários parques naturais antes de chegar a Las Vegas. Mas fazendo as contas ao tempo e à distância, parecia-nos sempre bastante complicado. Alguns amigos ainda nos propuseram visitar de helicóptero ou aeronave a partir de Las Vegas, mas ainda ficava caro. Para quem tem pouco tempo pode ser uma opção, mas para nós não fazia muito sentido e desvirtuava a nossa road trip. Decidimos não ir ao Monument Valley, até que um dia antes da viagem um amigo disse-nos que guardava bem presente as paisagens magníficas do Oeste Americano, marcado precisamente pela passagem pelo "Vale dos Monumentos" e toda a confusão voltou. Traçámos um plano relâmpago: sair de Flagstaff directo a Monument Valley e voltar. Faziamos mais um dia de viagem nessa zona, mas levávamos para casa as memórias dessas paisagens. E assim foi, um dia de muitas milhas, atravessar toda a Navajo Nation, chegar à fronteira do Utah e entrar no parque. Um dia maravilhoso, com as melhores paisagens tipicamente do Oeste Americano que se podem imaginar. Um aposta claramente ganha.


Como ainda chegámos cedo a Flagstaff, por volta das 18h, decidimos continuar um pouco mais e encurtar nesse dia a distância até Las Vegas, o destino final do próximo dia. Também achámos que fazia mais sentido ficar noutra cidade em vez de ficar novamente na pequena Flagstaff. Percorremos mais umas milhas na Interstate 40 até sairmos para a antiga Route 66 em direcção à aldeia de Seligman.

Seligman 

Foi uma excelente opção. Este é um dos últimos redutos da estrada mítica, onde parece que o tempo parou. Os motéis ainda mantêm as placas de néons, oficinas de automóveis com carros clássicos dos anos 40 e 50, lojas com todo o tipo de memorabilia dedicada à Route 66. Não habitam aqui mais de 500 pessoas, as ruas estão desertas e o único som vem da linha de caminho de ferro e do trânsito que passa ao longe na interstate. Ficámos num motel bastante simpático, o quarto era pequeno mas muito confortável e barato. Depressa fomos informados que apenas haviam dois restaurantes abertos, um em frente ao outro no final da rua. Escusado será dizer que nos 500 metros que percorremos a pé não vimos absolutamente ninguém, apenas carros passaram por nós. Escolhemos o restaurante com o aspecto mais americano, onde comemos (mais) um hambúrger bem bom.

Seligman

11 de Agosto
No dia seguinte saímos um pouco mais tarde do que estávamos à espera. Estávamos a meio dia de condução de Las Vegas e precisávamos de descansar dos dois primeiros dias. Após quase uma hora de conversa com o simpático dono do Motel, um indiano que ao descobrir-nos portugueses quis aproveitar para falar de história, mais propriamente da sua história e do que o levou a deixar a Índia. Depois de um pequeno almoço de panquecas e bagel com queijo creme, lá fomos nós pela antiga Route 66 em direcção a Kingman e daí para Las Vegas. Foi uma viagem bastante solitária, apenas interrompida  pelo passar dos comboios de mercadorias que faziam sempre questão de cumprimentar com um apito bem alto o nosso mini carro azul*. Abrimos os vidros e deixámo-nos conduzir estrada fora ao longo das montanhas e vales, até começarmos a ver mais trânsito e turistas sem fim para ver a Hoover Dam. Depois de ainda termos ponderado juntarmo-nos à confusão por um instante, quando saíamos do carro e estavam aí uns 40º à sombra e as filas tinham quilómetros, achamos que ver a barragem ficava para outra altura. E afinal de contas, estávamos a chegar a Las Vegas, íamos ter muito que ver.


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